" “Foi um ponto de viragem para a Petertumble”.
A Petertumble Motorsports marcou presença na última edição das 24 horas TT Vila de Fronteira com o Protummble, um protótipo construído pelos próprios elementos da equipa sanjoanense. Baseado num UMM, o projeto que pouco mais partilha com o carro da marca portuguesa do que alguns traços originais, acabou por se revelar um sucesso entre os participantes. Resultado de uma brincadeira de amigos aficionados por automóveis e com um gosto especial pelo todo-o-terreno, que se reuniam aos fins de semana, a Petertumble Motorsports é um exemplo de sucesso. Criada em 1999, durante dez anos existiu basicamente como uma equipa ligada ao todo-o-terreno de velocidade mas, no ano passado, e como resposta a algumas necessidades, constituiu-se como associação desportiva. Este ano foi de mudança para a coletividade sanjoanense que, mais uma vez, esteve presente na prova das 24 horas TT Vila de Fronteira com o carro Protummble, um protótipo construído pela própria equipa baseado no veículo UMM. Apesar do projeto ter começado a ser desenvolvido há cerca de 10 anos, só agora é que ficou totalmente concluído e a tempo de participar naquela que é uma das mais duras provas nacionais do todo-o-terreno. “Começáamos a correr por carolice mas, como começámos a olhar para as provas de outra forma, tivemos a necessidade de criar uma coisa mais séria”, esclarece Paulo Lima, presidente da Petertumble Motorsports. Mas, ao longo deste tempo e com a evolução natural dos materiais e tecnologia, o protótipo foi-se aperfeiçoando, tendo sempre por base o UMM. “Nenhum de nós é profissional, mas tentamos andar próximos das evoluções que vão surgindo. Procuramos aproveitar o know how de cada um para desenvolver o carro”, salienta o responsável pela coletividade, que admite que, nesta fase final, para que o mesmo estivesse pronto para esta prova, foi necessário recorrer a profissionais de mecânica e de carroçaria. “Mas sempre com a nossa orientação e seguindo a linha de ideias que tínhamos para aquele carro”, explica Paulo Lima, que considera que ao longo dos 10 anos o carro foi tendo várias evoluções. Tudo tem um início e o Protummble começou com uma ideia mas, depois de estar praticamente pronto, o veículo sofreu alterações. “Fomos montando, desmontando e evoluindo. Foi assim que o carro foi feito”, revela o responsável, que relembra que o UMM “chegou a ter três ou quatro motores”, antes de instalarem o atual bloco Toyota que equipa o Protummble. Com o passar do tempo o projeto foi evoluindo e o próprio desenho da carroçaria foi sendo adaptado às necessidades que foram surgindo, como o comprimento do carro, a largura de vias, ou a distância entre eixos, entre outras coisas. Alterações que, a somar ao custo do material e equipamento, fazem deste protótipo um projeto ambicioso para a Petertumble. “Sem contar com a mão-de-obra, - porque fomos nós que fizemos praticamente tudo - o investimento deve rondar os 60 a 70 mil euros, o que já é considerável para amadores como nós”, confessa Paulo Lima. Protummble foi um sucesso, baseado num UMM, uma marca portuguesa de veículos todo-o-terreno com a qual a Petertumble tem uma grande ligação, pouco mais resta no Protummble do que alguns traços originais. Com um aspeto mais aerodinâmico, maior e mais largo, este protótipo foi praticamente construído de raiz. “Quisemos manter a ideia de que era um UMM e que qualquer pessoa, mesmo não percebendo muito de carros, olhasse para ele e o associasse à marca. Foi por isso que tentámos manter as linhas originais, mas não foi fácil”, confessa Paulo Lima, que admite que, para isso, apostaram no uso do mesmo pára-brisas. “A frente é que foi toda desenhada de novo, apesar de termos tentado conservar as linhas originais”, esclarece o responsável. O resultado acabou por ser um protótipo bem conseguido e que acabou por ser o centro das atenções na prova 24 horas TT Vila de Fronteira. “Superou as nossas expetativas. Foi um carro que teve muita visibilidade”, confessa Paulo Lima, que admite que o carro UMM “ou se gosta ou se detesta, mas com este protótipo a opinião foi unânime e a aceitação foi excelente”. “Em termos estéticos o carro funcionou e nesse aspeto já ganhou”, acrescenta o responsável pela coletividade, que admite que a nível de performance, o Protummble tem um grande espaço de evolução. “O carro é bastante competitivo e, sem qualquer tipo de modéstia, tem um comportamento ao mesmo nível, se não for superior, de um Bowler Wildcat. Mas, como é óbvio, aí está limitado em termos de equipamento, pois é isso que também faz um carro”, esclarece Paulo Lima, que, apesar de se mostrar bastante satisfeito com a aceitação do carro, não vê aqui um negócio para a Petertumble. “O nosso objetivo principal com o desenvolvimento deste projeto era correr, pois não somos construtores, e, procurar, de alguma forma, manter a UMM viva”, confessa Paulo Lima."

In Jornal Labor.